Aos ombros, carregam os sonhos das crianças: as luzes, os carrosséis, os mágicos cavalos alados. Aos ombros, carregam também os sonhos seus, os dos seus pais - quase sempre num negócio soprado de geração em geração -, mas também os sonhos dos seus filhos, orgulhosos dos seus pais e avós. Nos ombros, indiferentes à chuva que queima ou ao sol que sua, sustentam o peso daquele ferro batido, daquele ferro que pesa, daquele ferro que lhes garante a aspereza nas mãos e a magia no coração. Em corpos cansados, na harmonia coletiva de uma grande família, carregam a vida dos seus, dos teus e dos nossos. Quase sempre sem rede, no fio da navalha, numa porta cada vez mais estreita, são música e algodão doce, são farturas e pipocas, carrinhos de choque ou uma roda gigante. Mas são agora também, parados – o raio de um pandemia surripiou-lhes os sonhos -, desânimo e desilusão, tristeza e insatisfação.​​​​​​​
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